PAINEL FOLHA DE SP
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Em tomada de contas especial que
investiga a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, em 2006, auditores
do TCU (Tribunal de Contas da União) isentam o Conselho de Administração da
estatal, à época presidido por Dilma Rousseff, de ter cometido qualquer “ato de
gestão irregular” no episódio.
O TCU traça um histórico do que é
considerado o pior negócio já fechado na história da estatal. O caso deve ser
avaliado pelo plenário da corte nesta quarta.
O tribunal já havia isentado Dilma
de responsabilidade no episódio em 2014. De lá para cá, porém, Nestor Cerveró,
que conduziu o negócio dentro da estatal, e o ex-senador Delcídio do Amaral
fecharam acordos de delação premiada com a Lava Jato e disseram que a
ex-presidente chancelou o negócio sabendo de todos os seus problemas.
O relatório dos analistas do TCU e
do Ministério Público de Contas contraria a versão dos delatores.
A polêmica começa em 2006, quando a
Petrobras faz o pagamento de US$ 360 milhões por metade da refinaria
de Pasadena, adquirida um ano antes pela empresa belga Astra Oil por US$ 42,5
milhões.
Em dezembro de 2007, a Petrobras e a
Astra firmam uma carta de intenções, na qual a estatal brasileira se
comprometia a comprar o restante da refinaria por US$ 788 milhões. O documento
é assinado por Cerveró, à época diretor da Área Internacional da
empresa. Em 2008, o Conselho de Administração negou ter dado aval à ideia,
e o caso foi parar na Justiça.
Neste episódio, técnicos do TCU
endossam a versão de que, inicialmente, o Conselho de Administração da estatal,
presidido por Dilma, recusou a negociação e depois adiou posicionamento sobre o
assunto, não tendo deliberado “no mérito” sobre a aquisição dos 50% restantes
de Pasadena.
“Note-se que a carta de intenções
não era vinculante para a companhia porque o Conselho de Administração não
deliberou, no mérito, sobre a aquisição dos 50% remanescentes de Pasadena”, diz
o texto dos auditores. “Assim sendo, não há que se falar em responsabilização
de seus membros nestes autos”.
A ex-presidente sempre afirmou que a
primeira etapa da compra, em 2006, só ocorreu porque o Conselho de
Administração não tinha todas as informações a respeito do trato.
Ao relator do caso, o ministro Vital
do Rêgo, os analistas do TCU recomendam a responsabilização, entre outros, de
Cerveró e do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e propõem que
ambos sejam inabilitados a ocupar cargo ou função pública por oito anos.
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